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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A PENSAR EM CAMILO PESSANHA


Lúbrica       

Quando a vejo, de tarde, na alameda
Arrastando com ar de antiga fada, 
Pela rama da murta despontada, 
A saia transparente de alva seda, 
E medito no gozo que promete 
A sua boca fresca, pequenina, 
E o seio mergulhado em renda fina, 
Sob a curva ligeira do corpete; 
Pela mente me passa em nuvem densa 
Um tropel infinito de desejos: 
Quero, às vezes, sorvê-la, em grandes beijos, 
Da luxúria febril na chama intensa... 
Desejo, num transporte de gigante, 
Estreitá-la de rijo entre meus braços, 
Até quase esmagar nesses abraços 
A sua carne branca e palpitante; (...)




Camilo Pessanha, in 'Clepsidra'

7 comentários:

anónimo da Graça disse...

Gaita! Isto assim até já parece o JL mas com pior fotografia!

A.C. disse...

Está na altura de esqueceres tudo o que aprendeste sobre fotografia, ó anonimito!

Hervé disse...

A fotografia é muito boa! É pena é que o texto seja tão curto...

A.C. disse...

Algumas reclamações irónica são bem-vindas: encurtei o poema!

Anónimo disse...

Eu cá...até gostei mais do texto que da fotografia...apesar de achar uma graça às meninas orientais!

Hervé disse...

Assim sendo, Cabrita, a fotografia já não está grande coisa.

A. C. disse...

Até com a massa crítica é preciso ter sorte, sobretudo, quando não são os artistas a seleccioná-la!