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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Cais das Letras- 2

                                                                                 novembro 2010

10 comentários:

Anónimo disse...

Mais uns pixels e quem sabe se não poderíamos partilhar a leitura!
A.C

Anónimo disse...

Prefiro esta à anterior da série.Não soubesse do que é que a casa gasta e juraria que aquela gaivota tinha sido ali "colada" à pala do fotoxope. Continuas é com problemas na digitalização dos negativos.Felizmente as imagens pela sua qualidade conseguem (na minha opinião) deixar isso para 2º plano.
(anónimo da Graça)
P.S. Ocorreu-me agora; será que a boa manipulação informática é incompativel com a boa Fotografia???

Z disse...

É como o anúncio do Danoninho: "faltou-te assim um bocadinho..."

Um bocadinho em baixo e um bocadinho à esquerda. Dois bocadinhos, portanto.

Hervé disse...

Toda a crítica que, partindo de uma superstição topológica (a saber: que o fora-de-campo é uma extensão lisa do campo), alucina uma expansão pacífica e pacificadora deste tem de supor, algures, uma hiperfotografia, da qual cada foto será uma aproximação (ainda?) imperfeita - seja por excesso, seja por (como é o caso) defeito. Embora tenda a achá-la um pouquinho platónica demais para o meu gosto, respeito o estatuto de património cultural eminentemente fotográfico desta perspetiva - e se digo "eminentemente fotográfico" é porque, fora da zona da Fotografia, a sua aplicação roça o disparate: que crítico alguma vez censurou Da Vinci por ter pintado as mãos da Gioconda tão rente ao limite da tela? Posto isto, só mais duas precisões: a- Acho não só admissível mas também desejável que a perspetiva aqui em causa seja aplicada a outros campos artísticos; b- Não estou a comparar Mona Lisa à minha própria imagem (sou suficientemente vaidoso para dispensar este tipo de comparações), estou a comparar efeitos estilísticos.

Anónimo disse...

Tendo vindo a acompanhar desde o inicio o blogue dos senhores, e quando observava um certo abrandamento de trocas da alfinetadas, é-me dado observar através dos vossos últimos comentários que, afinal, o abandono do ringue para os golpes retóricos ainda permanece adiado! Se o exercício da critica configura um direito de liberdade, a verdade é que também pode contribuir para poluir a atmosfera democrática, tornando-a irrespirável! Ora o que transparece numa boa parte dos comentários lidos, é um conhecimento indesmentível no domínio fotográfico mas, por vezes, algumas insuficiências, talvez, motivadas por um certo envolvimento emocional da parte dos autores do blogue! A seu tempo, e acaso mo permitam, hei-de, vir aqui, de novo, para melhor explicitar o que digo, com indispensáveis exemplos. E sem retórica!

af disse...

Finalmente começamos a elevar o nível das discussões deste blog! Quer-me parecer que acabaremos a discutir, quem sabe, a fenomenologia da percepção, a crítica da faculdade de julgar, ou, porque não, coisa mais hermética: curso integral de fotografia a duas cores em 60 minutos.
Li algures que não há lógica que resista a alguém apaixonado, mutatis mutandis, julgo podermos afirmar que não há norma fotográfica que resista a um olhar desinteressado, por puro prazer, só para fruir...
Concordo com Z. É exactamente porque me situo fora do plano da fotografia, num plano exterior mas que contém o próprio plano da fotografia, que eu posso sentir que algo que lá não está podia estar. Uma ausência só pode ser convocada porque ela existia em projecto, o clássico problema aristotélico da potência e do acto. Se cada fotografia é um todo inamovível, uma mónada, então para que serve a crítica? Aceito que o corte seja feito onde é, que haja interrupção súbita do plano, que o fotógrafo, o dono do olhar, faça com ele o que bem entender, mas o nosso Hervé admitirá que o homem olha para cima para ver quem o está a apertar e ela não repudiaria, certamente, a um pouco mais de luz e espaço para prolongar a leitura...

Hervé disse...

Caro anónimo, não adie a sua intervenção - avance! Pessoalmente, acho que acreditar na possibilidade de um discurso sem retórica é como querer uma língua sem gramática; mesmo você, ao anunciar (ameaçar?) uma futura intervenção "sem retórica", fá-lo num texto onde expressões como "alfinetadas", "ringue", ou "poluir a atmosfera" só podem ser entendidas retoricamente, sob pena de o texto que as integra se tornar completamente ilegível.

Hervé disse...

Meu caro af - questão de perspetiva, digo eu. Não sou imune ao fascínio do "algo que lá não está" e "podia estar": eu próprio sempre achei que a Gioconda ficava - então sim! - toda catita se estivesse de óculos e com uma tulipa na mão. Pegando no último período do teu comentário: posso propor-te um desenvolvimento? Se calhar a ave também gostaria de mais espaço para voar, do que o exíguo quadrilátero definido pelas duas margens da foto, pelo candeeiro e pela linha do horizonte...

af disse...

Caro Hervé, faço mea culpa esqueci-me da pobre gaivota! ainda assim é, pelas suas rwduzidas dimensões, a que menos se pode queixar, ainda pode dar duas ou três asadas antes de invadir o espaço não sensibilizado...
Não tive oportunidade de retorquir ao nosso visitante anónimo, mas espero ansiosamente esse decisivo ovo de colombo: intervir sem retórica!

Anónimo disse...

Expressões que eu procuro esquecer:

1 - Começamos a elevar o nível das discussões..."
2 - " ...hei-de vir aqui....sem retórica."
3 - "...não estou a comparar Mona Lisa à minha própria imagem..."
5 - Prefiro esta à anteror da série"

Por favor - digo eu- sabem indicar-me a porta de saída?
A.C