Número total de visualizações de páginas

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

interioridades

8 comentários:

af disse...

ok, já sei: a fotografia, rebeubeu pardais ao ninho, a cabeça do sujeito não devia colidir com a coluna; não está suficientemente contrastada; a entidade feminina não mostra o seu esplendor, devia esperar que o vento lhe desviasse o cabelo; a leitura não é interessante, porque tem poucas folhas; a música é de má qualidade, por isso é que ele aproveita para limpar as unhas; não tem uma gaivota sequer; não se vê a linha do horizonte.. o que vocês queriam era que eu mudasse a fotografia, mas não mudo nem que se pintem!!! Começam a ter pesadelos: um neófito a afrontar-nos... esperem pelo que aí vem, pobres leicas, nikons e outras dependentes de químicos...

Hervé disse...

af, podias ter dito, de um modo muito mais simples, que isto está uma ganda merda! Já viste o que poupavas em espaço e tempo?

Anónimo disse...

Cá pra mim, ó Af, grande partida: já tinhas elaborado o teu próprio comentário mesmo antes de editares a foto! Sabes o que a casa gasta, é isso!
A.C

Mário Furtado disse...

É só para dizer que ela não está a ler o Guia Turístico de Portugal mas sim Laokoon, oder über die Grenzen der Malerei und Poesie (1766),um clássico da teoria estética, de Gotthold Ephraim Lessing, como sabem; neste caso, edição ilustrada. Por seu lado, ele não está a ouvir o relato do Marítimo-Sporting mas sim o Ach Gott und Herr (BuxWV 177), que integra, como é do conhecimento geral, Prelúdio Coral de Buxtehude, no seu Chorale Prelude (e Magnificatas). Sim, porque o AF, quando tira fotografias a intelectuais, esmera-se ainda mais!

af disse...

Finalmente alguém com refinado gosto e apurado sentido de observação que por estes cais aporta! Nenhum dos co-pezinhos percebeu a densidade da coisa, insensíveis que nem uma calcária coluna querem depois dedos ágeis e olhar arguto... é deixá-los com o Paulo Coelho e e o Zé Cabra...

Hervé disse...

A versão do "Ach Gott und Herr" que o melómano saboreia: é a de Praga, ou a de Leipzig?

Mário Furtado disse...

Caro Hervé:
Achei finísiima esta sua observação; de facto, só ouvidos muito treinados conseguiriam distinguir um "Ach Gott und Herr" do outro. É um deleite encontrar na net tamanha sapiência foto-musical. À guisa de rigor, sempre acrescento que neste caso, se trata da versão de Michael Murray, em que ele toca num órgão de 1738 (esta de tocar no órgão não me saiu bem...), na igreja holandesa de S. Bavo em Haarlem. Ver aqui: http://www.youtube.com/watch?v=zTc2_1tV9J4
Neste caso, como notará, trata-se do BWV 714 e não o 177, que eu não quero enganar ninguém, longe de mim, vade retro, eu seja cego.

Hervé disse...

Meu caro Mário, sabes que só quero o teu bem. É por isso que folgo em ver-te destarte embrenhado na net: é um modo agradável de aprender coisas e ganhar destreza digital. A propósito de destreza digital: não te dê cuidado o tocar de órgão do Mike Murray; afinal, não é a ti, mas sim ao próprio Mike que a coisa tem de sair bem - embora eu suponha que a reação de um órgão de 1738 ao toque deva ser muito mitigada...